sábado, 27 de junho de 2009

QUESTÕES DE GRAMÁTICA TRADICIONAL


Olá, senhores!

Vamos hoje trabalhar questões tradicionais de gramática portuguesa.
Particularmente, em relação a questões de concurso público de organizadoras como ESAF, CARLOS CHAGAS E CESPE, tais exercícios são completamente ultrapassados.
Se você, candidato, está se preparando para concursos, cujas organizadoras sejam ou CESPE ou ESAF ou CARLOS CHAGAS, esqueça esses testes. O professor, em sala de aula, tem que trabalhar questões de prova mesmo. Levar para sala a maneira como é cobrado o conteúdo. O candidato tem de ter contato com provas. Se não for assim, não adianta: trabalho inútil.
Não se assuste, portanto, caro candidato, se você encontrar dificuldades com questões como as citadas excepcionalmente hoje, neste BLOG. Elas só servem para aplicação de regra. Por outro lado, podem ser bastante úteis somente para quem quer prestar concurso de organizadora como o IMPARH, por exemplo, ou organizadoras não tão conhecidas nacionalmente.
Deve o candidato, portanto, resolver questões de prova. Só assim temos a certeza de que estamos no caminho certo do êxito.

Palavras bestas à parte, vamos ao que interessa.

Analisando...

01) Ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) Fazem anos amanhã os gêmeos, nossos vizinhos.(verbo está no plural)
b) Há de ocorrer ainda algum incidente.
c) Já deve haver tomado as medidas cabíveis.
d) Houve-se muito bem as provas.
e) Já vai fazer um ano que ele morreu. (indicando tempo)

COMENTÁRIOS

LETRA A

a) Fazem anos amanhã os gêmeos, nossos vizinhos.(verbo está no plural)

"Os gêmeos" é o sujeito do verbo "fazer" (perceba a concordância). E "nossos vizinhos" é a expressão explicativa do nome "gêmeos", portanto APOSTO (explicativo).

LETRA B

b) Há de ocorrer ainda algum incidente.

Aqui, senhores, nós temos uma locução verbal. Veja HAVER + DE + VERBO NO INFINITIVO (qualquer forma verbal que termina em -R). Ora, HAVER + DE indica uma espécie de obrigação, mas que não depende da vontade do locutor. Por exemplo, quando você diz EU HEI DE ESTUDAR. Em outras palavras é EU TENHO QUE ESTUDAR.
Então, nesse caso, você tem consciência disso (tem que estudar), mas não se mostra de fato disposto a realizar. Essa explicação você encontra na NOVA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS de CELSO CUNHA e LINDLEY CINTRA.
Pois bem, então a locução é HAVER + DE + OCORRER. Senhores, TODA VEZ que aparecer o verbo OCORRER na oração, você terá SEMPRE um SUJEITO EXPLÍCITO. Sendo assim, o sujeito é ALGUM INCIDENTE.

Há de ocorrer (VI) ainda algum incidente (SUJEITO).

LETRA C

c) Já deve haver tomado as medidas cabíveis.

Mais uma vez temos locução verbal com o verbo HAVER. Veja: DEVER + HAVER + TOMAR.

O verbo principal de qualquer locução verbal é sempre o último.

"VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO". O verbo FILMAR é o verbo principal.

Sendo assim, o verbo principal da locução é TOMAR, cujo sujeito é oculto: ELE / ELA.

Veja:

Ex: ELE ou ELA já deve haver tomado as medidas cabíveis.

Senhores, o verbo nessas questões está sendo empregado no lugar do TER. Percebam.

LETRA D

d) Houve-se muito bem as provas.

Aqui o verbo HAVER é pronominal (tem a presença do pronome SE). Neste caso o sujeito é, de novo, oculto. O SE faz parte do verbo, isto é, parte integrante do verbo HAVER e não tem função sintática. O sentido do verbo HAVER é PROCEDER, PORTAR-SE, COMPORTAR-SE. Logo, o sujeito é oculto mesmo. Veja:

Ex: ELE ou ELA houve-se muito bem Nas provas.

LETRA E

e) Já vai fazer um ano que ele morreu. (indicando tempo)

O verbo FAZER aqui está indicando tempo decorrido. Concorda? Então temos um SUJEITO INEXISTENTE, isto é, quando o verbo HAVER ou FAZER indicarem TEMPO PASSADO o sujeito é INEXISTENTE.
PORTANTO, É ESTE O ITEM A MARCAR.


02) Ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) Existem sérios problemas naquela comunidade.
b) Ainda está ocorrendo muita injustiça na quela região.
c) Deve ter acontecido algo de anormal.
d) Há sempre de existir pobreza?
e) Não devia mais haver condescendência com ele.

LETRA A

a) Existem sérios problemas naquela comunidade.

O verbo EXISTIR sempre exige SUJEITO. Perceba a concordância entre SÉRIOS PROBLEMAS e EXISTIR. Logo, constatamos que SÉRIOS PROBLEMAS é o sujeito (simples).

LETRA B

b) Ainda está ocorrendo muita injustiça na quela região.

Como já dissemos na questão anterior. Toda vez que aparecer o verbo OCORRER numa oração, teremos um sujeito explícito. Logo, o sujeito (simples) é MUITO INJUSTIÇA.

LETRA C

c) Deve ter acontecido algo de anormal.

"O que deve ter acontecido?" A resposta é o sujeito.

ALGO DE ANORMAL é, então, o sujeito (simples).

LETRA D

d) Há sempre de existir pobreza?

Observe o verbo EXISTIR. Logo o sujeito é POBREZA. Faça a pergunta ao verbo para descobrir o sujeito.
O que há sempre de existir? POBREZA. Sujeito simples.

LETRA E

e) Não devia mais haver condescendência com ele.

Opa, olha a locução com o verbo HAVER!

DEVER + HAVER

O verbo HAVER nessa frase tem o sentido de EXISTIR.
Senhores, toda vez que o verbo HAVER for verbo principal de uma locução, o sujeito será INEXISTENTE.
ITEM A MARCAR.


03) Não ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) Já vai fazer quantos anos que lá estivemos?
b) Deverá haver vagas para todos.
c) Ventava muito àquela hora!
d) Que houve com ele?
e) Já deve haver solicitado socorro.

LETRA A

a) Já vai fazer quantos anos que lá estivemos?

FAZER indicando tempo decorrido: SUJEITO INEXISTENTE.

LETRA B

b) Deverá haver vagas para todos.

DEVER + HAVER: SUJEITO INEXISTENTE

LETRA C

c) Ventava muito àquela hora!

VENTAR: verbo que indica fenômeno da natureza: SUJEITO INEXISTENTE.

LETRA D

d) Que houve com ele?

Olha, uma coisa é certa. HAVER no sentido de OCORRER, ACONTECER, SUCEDER e EXISTIR: o sujeito sempre será INEXISTENTE.

O verbo HAVER, nesta frase, está no sentido de SUCEDER, OCORRER ou ACONTECER. Logo, sujeito INEXISTENTE.

Veja:

"O que OCORREU com ele?"

LETRA E

e) Já deve haver solicitado socorro.

Locução verbal: DEVER + HAVER + SOLICITADO. Perceba que o verbo HAVER não é o verbo principal desse grupo verbal, e mais: ele está no lugar do verbo TER.

Veja: Já DEVE TER SOLICITADO...

Ora, o sujeito é oculto.

Ex: ELE ou ELA já deve haver (TER) solicitado socorro.
ITEM A MARCAR.


04) Ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) A noite caiu repentinamente sobre a cidade.
b) Neste mês, vai fazer um ano de sua partida.
c) O dia amanheceu bastante limpo.
d) Não havia existido alguém com tantas qualidades.
e) Vai haver muita disputa.

LETRA A

a) A noite caiu repentinamente sobre a cidade.

NOITE é o sujeito do verbo CAIR. Logo sujeito simples.

LETRA B

b) Neste mês, vai fazer um ano de sua partida.

FAZER está indicando tempo decorrido. Logo, sujeito INEXISTENTE.
ITEM A MARCAR.

LETRA C

c) O dia amanheceu bastante limpo.

O DIA é o sujeito do verbo AMANHECER. "Mas, professor, o verbo AMANHECER, nessa frase, não é um verbo que indica fenômeno da natureza?" Aí eu te respondo: É sim. Então, por que o sujeito não é INEXISTENTE?
Poisé, caros amigos. Aqui há uma estupidez da gramática tradicional.

Veja:

AMANHECEU TARDE.

Ora, o que amanheceu? A resposta só pode ser O DIA. Então, seria mais fácil admitir o sujeito do verbo AMANHECER sendo OCULTO, porque não aparece na frase, mas pode ser FACILMENTE identificado. É demais óbvio o sujeito. E mais: como somos inteligentes e práticos, não dizemos facilmente O DIA AMANHECEU, assim como jamais dizemos A CHUVA CHOVEU, uma vez que o sujeito é demais evidente.
Porém, a gramática tolamente diz que é inexistente, o que deixa qualquer estudioso empalidecido com tal afirmação sem sustentação alguma. Aí ela continua: "se aparecer a expressão O DIA, então o sujeito é simples". Vai entender...

LETRA D

d) Não havia existido alguém com tantas qualidades.

HAVER + EXISTIR. Opa, temos o verbo EXISTIR. Logo, sempre haverá sujeito explícito, no caso, ALGUÉM COM TANTAS QUALIDADES.

LETRA E

e) Vai haver muita disputa.

HAVER no sentido de OCORRER, ACONTECER, SUCEDER, logo SUJEITO INEXISTENTE.
ITEM A MARCAR.

Veja:

"Vai OCORRER, ACONTECER, EXISTIR muita disputa".

05) Ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) Falaram mal de ti.
b) Ninguém se apresentou.
c) A noite estava agradável.
d) Precisa-se de técnicos.
e) Vai haver muita disputa.


LETRA A

a) Falaram mal de ti.

Quem falou mal de ti? Não se sabe. Logo, sujeito INDETERMINADO. Perceba que o verbo está na terceira pessoa do plural e não dá para saber quem é o agente da ação do verbo. Veja outros exemplos:

1. QUEBRARAM O VASO. (agente ?)
2. DESLIGARAM A GELADEIRA. (agente ?)
3. PICHARAM O MURO. (agente ?)

LETRA B

b) Ninguém se apresentou.

Quem se apresentou? NINGUÉM. Logo é esse o sujeito. Senhores, pode parecer estranho, sei. Gostaria muito de poder acrescentar palavras de grandes estudiosos para esse caso esdrúxulo da gramática, porém me detenho porque, senão, desviaria o propósito desta apresentação.

LETRA C

c) A noite estava agradável.

O que estava agradável? A NOITE. Logo, é este o sujeito.

LETRA D

d) Precisa-se de técnicos.

Quem precisa de técnicos? Sei lá! Não se sabe! Logo, sujeito INDETERMINADO, naturalmente.

Pela transitividade verbal, neste caso, ocorre sujeito INDETERMINADO:

VERBO TRANSITIVO INDIRETO + SE (partícula indeterminante do sujeito)


LETRA E

e) Vai haver muita disputa.

A mesma resposta da questão anterior.
ITEM A MARCAR.


06) Ocorre sujeito INEXISTENTE na alternativa:

a) Faltavam três dias para o casamento.
b) Houve por improcedente e reclamação do cliente.
c) Só resta uma esperança.
d) Havia tempo suficiente para as comemorações.
e) Amanheceu radiante o dia de hoje.

LETRA A

a) Faltavam três dias para o casamento.

O verbo FALTAR está no plural, ok? Por quê? Para estabelecer a concordância com seu sujeito também no plural: TRÊS DIAS. Sujeito simples, portanto.

LETRA B

b) Houve por improcedente a reclamação do cliente.

HAVER, aqui, está no sentido de CONSIDERAR, JULGAR.

Ou seja, ELE ou ELA "CONSIDEROU, JULGOU" improcedente a reclamação do cliente.

Logo, sujeito OCULTO: ELE ou ELA.

LETRA C

c) Só resta uma esperança.

O que RESTA? UMA ESPERANÇA, logo é esse o sujeito do verbo RESTAR. Sujeito simples, portanto.

LETRA D

d) Havia tempo suficiente para as comemorações.

HAVER no sentido de EXISTIR, OCORRER, SUCEDER, ACONTECER tem sujeito INEXISTENTE. É esse o caso da questão. O verbo HAVER assume este sentido.

Ex: "EXISTIA" tempo suficiente..."
ITEM A MARCAR.


LETRA E

e) Amanheceu radiante o dia de hoje.

Olha aí a palhaçada! Temos um verbo que indica fenômeno da natureza. Mas há a expressão O DIA. Logo, este é o sujeito do AMANHECER. Sujeito simples, então.


07) Observe as frases abaixo:

I. Faz tempo que ele saiu.
II. Anoitecia quando chegamos ao hotel.
III. Havia pessoas estranhas na sala.
IV. Há de existir uma saída.
V. Eram cinco horas da tarde.

07) Observe as frases abaixo:

I. Faz tempo que ele saiu.
II. Anoitecia quando chegamos ao hotel.
III. Havia pessoas estranhas na sala.
IV. Há de existir uma saída.
V. Eram cinco horas da tarde.

Constata-se sujeito INEXISTENTE:

a) em apenas uma delas;
b) em duas delas;
c) em três delas;
d) em quatro delas;
e) em todas elas.


COMENTÁRIOS

I - FAZ TEMPO QUE ELE SAIU.

FAZER indicando tempo decorrido tem sujeito INEXISTENTE.

II - ANOITECIA QUANDO CHEGAMOS AO HOTEL.

ANOITECER é verbo que indica fenômeno da natureza, logo sujeito INEXISTENTE.

III - HAVIA PESSOAS ESTRANHAS NA SALA.

HAVER está no sentido de EXISTIR. "EXISTIAM" pessoas na sala. Logo, sujeito INEXISTENTE.

IV - HÁ DE EXISTIR UMA SAÍDA.

Temos a presença do verbo EXISTIR, logo sempre haverá sujeito!
Sendo assim, o sujeito é UMA SAÍDA. Faça a pergunta:
"O que há de existir?" RESPOSTA = UMA SAÍDA. Sujeito, portanto, SIMPLES.

V - ERAM CINCO HORAS DA TARDE.

Verbo SER em construções com HORAS tem SUJEITO INEXISTENTE.


ITEM A MARCAR: LETRA D


É isso aí, Senhores!
Espero que tenham entendido o "processo"...
Qualquer coisa, sintam-se à vontade para enviar dúvidas!

Reclamações, sugestões e elogios são sempre bem-vindos!

Um grande abraço!

Prof. Hugo Magalhães.

terça-feira, 9 de junho de 2009

ANATEL - 2009 - CESPE








Olá, senhores!
Sim, sim, sim, mais uma vez estamos aqui para analisar algumas questões de português. Agora teremos pela frente a organizadora CESPE!
A prova submetida a nosso detalhamento é da ANATEL - 2009.
Espero que todos tenham um ótimo proveito com nosso BLOG! E mais:
Dúvidas, reclamações, sugestões e elogios são sempre bem-vindos!
À prova!


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Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida, manter as onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma superioridade evolutiva. Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas até mesmo na anatomia e na fisiologia humanas.

Veja, 10/12/2008 (com adaptações).


Julgue os seguintes itens, a respeito da organização das ideias no texto acima.


1 A argumentação do texto organiza-se em torno da origem da família nuclear, mostrando que razões culturais e objetivos de proteção à espécie a consolidaram.

2 O pronome “se”, tanto em “se acredita” (l.3) como em “tenha-se estabelecido” (l.4), tem função de marcar a indeterminação do sujeito da oração.

3 A expressão “nesse sentido” (l.6) retoma a ideia de que “a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas” (l.4-5).

4 Preservam-se a correção gramatical e a coerência argumentativa, além de se tornar o texto mais claro, ao se inserir a palavra primata logo depois de “bebê” (l.8).

5 O desenvolvimento da argumentação e as regras gramaticais da língua portuguesa permitem que, na linha 9, seja feita a seguinte alteração na ligação entre períodos sintáticos: (...) outros primatas; assim, sob a ótica do pai (...).

6 Na linha 12, a forma verbal “representava” está flexionada no singular para concordar com o sujeito a que se refere: “sobrevivência da prole”.

7 Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se retirar do texto a expressão “até mesmo” (l.15); mas, nesse caso, prejudica-se a argumentação, devido ao enfraquecimento da ênfase nas conseqüências da consolidação da família nuclear.


COMENTÁRIOS


1 A argumentação do texto organiza-se em torno da origem da família nuclear, mostrando que razões culturais e objetivos de proteção à espécie a consolidaram.


ITEM CORRETO


Família nuclear é, de fato, o centro das argumentações. Veja os segmentos:


1. “RAZÕES CULTURAIS”:


Até meados do século XX, prevalecia, entre os antropólogos, a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas (grifo nosso).


2. OBJETIVOS DE PROTEÇÃO À ESPÉCIE:


O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas. Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida, manter as onças afastadas e garantir a sobrevivência da prole, representava uma superioridade evolutiva.


E no final do texto, a confirmação:


Estima-se que a consolidação (grifo nosso) da família nuclear...


2 O pronome “se”, tanto em “se acredita” (l.3) como em “tenha-se estabelecido” (l.4), tem função de marcar a indeterminação do sujeito da oração.


ITEM INCORRETO


Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas.


1ª EXPLICAÇÃO para o caso do primeiro SE: resolvendo pela análise natural, sem “dicas”.


Nesta primeira aparição do SE, temos a indeterminação do sujeito.

Simplesmente porque não dá para descobrir quem é o sujeito do verbo “acreditar”, afinal, “quem acredita?”. Para excluir o agente do verbo, coloca-se o SE, nesse caso, veja:


Acredita-se que...


A marca de indeterminação é muito comum em textos dissertativos nos quais o autor/enunciador pretende excluir-se do enunciado. Alguém acredita, mas não se sabe quem.


2ª EXPLICAÇÃO: resolvendo pela análise da transitividade.


O verbo ACREDITAR é VTI. Como se não bastasse, está acompanhado do SE. Sabemos que quando temos VTI + SE, este pronome é a marca da indeterminação e o sujeito, naturalmente, é indeterminado.


DETALHE: a preposição (“em” do verbo ACREDITAR) não está explícita. Isso, nesse caso, não é erro. Segundo o professor doutor BECHARA, quando o complemento verbal ou nominal é oracional, a preposição pode ficar “oculta”.


Veja:


Acredito que ele passa.

Creio que já seja tarde demais. .

Penso que ela me esqueceu.

Não há dúvida que serei o novo aprovado.


PORÉM, EM RELAÇÃO AO OUTRO SE, não se trata de marca indeterminante do sujeito. Ora, o sujeito está explicitamente na frase. Veja:


Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas.


O sujeito agora é A FAMÍLIA NUCLEAR. O se é pronome fossilizado, isto é, parte integrante do verbo.

Faz-se a pergunta ao verbo: “O que se estabeleceu?” RESPOSTA: a família nuclear. Naturalmente.


3 A expressão “nesse sentido” (l.6) retoma a ideia de que “a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas” (l.4-5).


ITEM CORRETO


Veja:


Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil.


4 Preservam-se a correção gramatical e a coerência argumentativa, além de se tornar o texto mais claro, ao se inserir a palavra primata logo depois de “bebê” (l.8).


Nesse caso, é preciso o contexto. Vamos expor:


Hoje se acredita que a família nuclear tenha-se estabelecido por trazer vantagens evolutivas. Várias hipóteses apontam nesse sentido. A relação estável também ganhou espaço porque, entre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas.


De fato, ITEM INCORRETO. Ora, a linha anterior ENTRE HUMANOS, CRIAR UM FILHO NÃO É FÁCIL já nos fornece um contexto evidente de que BEBÊ faz relação a “entre humanos” e “criar um filho”. Nessa circunstância, temos “bebê” sendo marca de coesão associativa, como podemos também inferir em


Ex1: O casamento foi emocionante. Os olhos dos noivos brilhavam de paixão.


“Noivos” é marca de coesão associativa, um “ingrediente” de “casamento”.


E MAIS:


O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas.


Ou seja: o bebê de seres humanos X bebê de primatas.


5 O desenvolvimento da argumentação e as regras gramaticais da língua portuguesa permitem que, na linha 9, seja feita a seguinte alteração na ligação entre períodos sintáticos: (...) outros primatas; assim, sob a ótica do pai (...).


ITEM CORRETO


[ O bebê exige cuidados especiais por mais tempo que outros primatas ]. [ Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida ],..


Vamos dividir esse trecho em dois enunciados. O segundo é uma verdadeira argumentação do primeiro enunciado. Então, eles dialogam entre si, estabelecendo coesão sem necessariamente aparecer uma palavra responsável por tal, ou seja, enunciados encadeados por justaposição. No entanto, é possível a inserção de um elemento para que haja uma explícita harmonia: assim, que equivale a dessa forma, sendo assim, modalizadores textuais.


6 Na linha 12, a forma verbal “representava” está flexionada no singular para concordar com o sujeito a que se refere: “sobrevivência da prole”.


ITEM INCORRETO


Sob a ótica do pai, estar por perto, para arranjar comida¹, manter as onças afastadas² e garantir a sobrevivência da prole³, REPRESENTAVA uma superioridade evolutiva.


O sujeito do verbo “representar” são as orações em destaque. A sobrevivência da prole é OBJETO DIRETO do verbo GARANTIR.


7 Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se retirar do texto a expressão “até mesmo” (l.15); mas, nesse caso, prejudica-se a argumentação, devido ao enfraquecimento da ênfase nas conseqüências da consolidação da família nuclear.


ITEM CORRETO


Estima-se que a consolidação da família nuclear tenha deixado marcas [até mesmo] na anatomia e na fisiologia humanas.


Se eliminarmos essa expressão em negrito, realmente a coerência textual (o sentido) e a correção gramatical (sintaxe) ficam preservadas.


Porém, quanto ao contexto, à textualidade, a expressão até mesmo exprime inclusão e realce.


Ou seja, as “marcas deixadas pela consolidação da família nuclear” estende-se “INCLUSIVE à anatomia...

Se a retirarmos, não haverá a ênfase, a ressalva, o realce. A argumentação, de fato, enfraquece.


Veja essa expressão sendo utilizada em outros contextos:


Ex1: No mundo hoje, até o policial está em perigo. (inclusão)

Ex2: No mundo hoje, até mesmo o policial está em perigo. (inclusão-realce)



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Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito de influir no estabelecimento das regras de convivência.

Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações).


Com base na organização do texto acima, julgue os itens subsequentes.


8 A substituição de “Todos os indivíduos” (l.1) por Todo indivíduo manteria a ideia de generalização e preservaria a coerência e a correção gramatical do período.

9 As orações iniciadas pelas formas verbais “procurando” (l.2) e “deixando” (l.9) explicitam dois modos de participação dos indivíduos na vida social.

10 Respeitam-se as regras gramaticais e a organização das ideias no texto ao se usar o sinal de dois-pontos logo após as expressões “em primeiro lugar” (l.4) e “em segundo lugar” (l.8).

11 A inserção de que é imediatamente antes da palavra “necessidade” (l.5) alteraria as relações sintáticas do período, mas preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.

12 O uso do modo subjuntivo em “receba” (l.8) ressalta a idéia de possibilidade ou hipótese; por isso, sua substituição por receberia mantém o texto correto.

13 O uso do sinal de dois-pontos depois de “realidade” (l.14) assinala o início da explicação de que essa “realidade” é a “natureza associativa do ser humano” (l.14).

14 Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se usar direito à influir em lugar de “direito de influir” (l.16-17).


COMENTÁRIOS


8 A substituição de “Todos os indivíduos” (l.1) por Todo indivíduo manteria a ideia de generalização e preservaria a coerência e a correção gramatical do período.


ITEM INCORRETO - por um único motivo. Vejamos:


Essa troca, segundo a questão:

1. Mantém a idéia de generalização; 2. Preservaria a coerência; 3. Preservaria a correção gramatical - ESSE É O MOTIVO DO ERRO.


Vejamos:


Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum.


Pronome indefinido TODO + SUBSTANTIVO traduz a ideia de qualquer, cada. Implica o conjunto dos seres em questão. Igual ao plural: TODOS OS. Trata-se de fenômeno linguístico em que o singular vale pelo plural, pela totalidade.


Veja:


Ex1: TODOS OS INDIVÍDUOS têm o dever de participar da vida social...

Ex2: TODO INDIVÍDUO tem o dever de participar da vida social...


Por enquanto, os dois primeiros requisitos foram aprovados. Porém, HÁ ALTERAÇÃO NA CORREÇÃO GRAMATICAL.


Se trocarmos a forma plural pela singular, o verbo ficará no SINGULAR, como no exemplo.


TODO INDIVÍDUO tem o dever de participar...



9 As orações iniciadas pelas formas verbais “procurando” (l.2) e “deixando” (l.9) explicitam dois modos de participação dos indivíduos na vida social.


ITEM CORRETO


Vejamos:


Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum.


se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações.


Essas formas verbais gerundiais introduzem as chamadas ORAÇÕES ADVERBIAIS MODAIS, isto é, as que indicam MODO.


Veja:


Ex1: Viveu a vida pesquisando sobre o porquê da existência.



10 Respeitam-se as regras gramaticais e a organização das ideias no texto ao se usar o sinal de dois-pontos logo após as expressões “em primeiro lugar” (l.4) e “em segundo lugar” (l.8).


ITEM INCORRETO


Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações.


Tais expressões indicam a progressão linear do REMA, no caso “DOIS FUNDAMENTOS”, associados ao TEMA “o dever de participar da vida social”. Com isso, não há necessidade da utilização dos dois-pontos para enumerar ou esclarecer algum enunciado, visto que essa finalidade já está contida em tais expressões em negrito.


Duas possíveis construções:


A do jeito que está. Ou se retiram as expressões.



11 A inserção de que é imediatamente antes da palavra “necessidade” (l.5) alteraria as relações sintáticas do período, mas preservaria a coerência e a correção gramatical do texto.


ITEM CORRETO


Vamos notar:


...vida social, QUE É necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços,...

Alteraria as relações sintáticas do período” porque, com essa introdução, haveria aí uma ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA, o que antes não era. Era expressão após a vírgula era simples APOSTO.


Veja:


...vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços,...


Aqui temos um APOSTO.


...vida social, QUE É necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços,...


Agora, temos ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA.


Por outro lado, o sentido original e a correção gramatical mantêm-se inalterados.



12 O uso do modo subjuntivo em “receba” (l.8) ressalta a idéia de possibilidade ou hipótese; por isso, sua substituição por receberia mantém o texto correto.


...é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar,


ITEM INCORRETO


Nesse caso, é agramatical. O futuro do pretérito, no geral, pode marcar:


1. Uma ação futura em relação a um momento passado:


Ex1: Os navegadores partiram ainda naquela madrugada. Três dias depois, CHEGARIAM ao destino desejado.


2. Hipótese, isto é, o futuro hipotético (construído com a marca de condição SE):


Ex2: Se eu ainda tivesse tempo, ESTUDARIA mais um pouco.


3. Cortesia, polidez:


Ex3: Por favor, gostaria de falar com Carlos?


Bem, em nenhum desses principais casos a questão se encaixa.



13 O uso do sinal de dois-pontos depois de “realidade” (l.14) assinala o início da explicação de que essa “realidade” é a “natureza associativa do ser humano” (l.14).


ITEM CORRETO


O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano.


A expressão após os dois-pontos serve para explicar o que é, afinal, “realidade”. Cabe até a expressão explicativa ISTO É e suas irmãs.


Veja:


O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade, ISTO É, a natureza associativa do ser humano.



14 Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se usar direito à influir em lugar de “direito de influir” (l.16-17).


ITEM INCORRETO


O acento grave está empregado INCORRETAMENTE. Simples: CRASE é a fusão entre preposição A com A (artigo feminino). Logo, diante de verbo NUNCA haverá esse fenômeno.



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Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito processo de autoconstrução.

Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais. Internet: .


Com referência ao texto acima, julgue os seguintes itens.


15 De acordo com as ideias do texto, produzir “vida material” (l.3) significa produzir meios de vida visando à sobrevivência.

16 Preservam-se a correção gramatical do texto e as relações entre os argumentos ao se inserir o sinal indicativo de crase em “a novas” (l.7-8), escrevendo-se à novas.

17 No desenvolvimento textual, o pronome “eles” (l.8) retoma “instrumentos” (l.7).

18 Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto aose reescrever a oração “A todo (...) cooperação” (l.9-10) da seguinte maneira: Todo modo de produção corresponde a um modo de cooperação.

19 Na linha 12, a substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois da palavra “social” pelo ponto final e o emprego da letra inicial maiúscula na palavra “por” preservariam a coerência

e a correção do texto.

20 Respeitam-se a coerência da argumentação e as regras gramaticais ao se usar produzem-se em lugar de “produzem a si mesmos” (l.16).


COMENTÁRIOS


15 De acordo com as ideias do texto, produzir “vida material” (l.3) significa produzir meios de vida visando à sobrevivência.


ITEM CORRETO


Vamos ao texto:


Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material.



16 Preservam-se a correção gramatical do texto e as relações entre os argumentos ao se inserir o sinal indicativo de crase em “a novas” (l.7-8), escrevendo-se à novas.


ITEM INCORRETO


Para responder à questão não precisa nem de contexto. Bem, nesse caso, o que faltou foi a marca de plural –S.


Veja:


e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades,


Aí temos a preposição A. Se colocarmos o acento, significa que adicionamos artigo A. Então ficou a + a = à. Porém, a palavra NOVAS está no plural, sendo assim devemos adicionar o S.


CORRIGINDO:


e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem à (a + as) novas necessidades,



17 No desenvolvimento textual, o pronome “eles” (l.8) retoma “instrumentos” (l.7).


ITEM INCORRETO


O verdadeiro referente do pronome ELES é “OS HOMENS”.



Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar.



18 Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se reescrever a oração “A todo (...) cooperação” (l.9-10) da seguinte maneira: Todo modo de produção corresponde a um modo de cooperação.


Vamos ao texto. A frase está na ordem indireta:


A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação.


Na ordem direta: SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL


Um modo de cooperação corresponde a todo modo de produção.


Certo. No entanto, a chave da questão está no verbo CORRESPONDER, que exprime correspondência, correlação, estar em equivalência.


Vejamos um exemplo:


Minha felicidade corresponde a minhas amizades.


Na verdade, o verbo funciona como se fosse um sinal de igualdade.


Minha felicidade = minhas amizades

Minhas amizades = minha felicidade


Ou seja, dá no mesmo!


ITEM CORRETO



19 Na linha 12, a substituição do sinal de ponto-e-vírgula depois da palavra “social” pelo ponto final e o emprego da letra inicial maiúscula na palavra “por” preservariam a coerência e a correção do texto.


Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio.


Com a alteração sugerida:


Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social. Por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio.


ITEM CORRETO


Bem, isso é plenamente possível e correto. A expressão destacada é um marcador discursivo-argumentativo de natureza conclusiva (UFA!). As orações coordenadas têm independência sintática tamanha que podem sim ser isoladas por ponto final. Por outro lado, deixam de ser coordenadas. A partir da modificação, não teremos mais duas orações coordenadas, mas sim enunciados que mantêm entre si relações lógico-semânticas. Infelizmente, caros amigos, somente a GRAMÁTICA TEXTUAL explica com mais detalhes tal fenômeno, o que foge de nosso objetivo aqui no BLOG.



20 Respeitam-se a coerência da argumentação e as regras gramaticais ao se usar produzem-se em lugar de “produzem a si mesmos” (l.16).


ITEM CORRETO


Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito processo de autoconstrução.


A expressão em negrito indica reciprocidade. Portanto, pode muito bem ser substituída pelo pronome SE, mantendo a mesma idéia.


Veja:


Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem-se (a si mesmos), em um infinito processo de autoconstrução.



É isso aí!

Por enquanto é só!

Espero que todos tenham tido um bom desempenho.

Aguardo-os na próxima análise.

Abraço!


Prof. Hugo Magalhães.