Antes de tudo, BEM-VINDOS ao nosso querido BLOG!
Mais uma vez aqui estamos para analisar algumas questões de português de concurso público.
Hoje temos pela frente uma prova da organizadora FUNRIO - 2009.
Sem delongas, vamos ao que interessa!
* LÍNGUA PORTUGUESA *
Questão 1
Qual a única série de palavras que contém dígrafos consonantais?
A) através – problemas – crateras – caboclos.
B) ternura – caspa – resultado – êxtase.
C) farrista – aquecido – exceto – milharal.
D) tampas – ventania – sintoma – fundação.
E) hálito – hélice – hino – humilde.
COMENTÁRIOS
A questão aborda FONOLOGIA, isto é, o estudo dos fonemas de uma língua. “Dígrafos consonantais”...hummmm...vejamos.
Dígrafo é um grupo de duas letras que representa único som ou articulação.
Podemos dividir os dígrafos da língua portuguesa em dois grupos: os consonantais e os vocálicos.
Dígrafos consonantais
Dígrafo | Exemplos |
ch | chuva, China |
lh | alho, milho |
nh | sonho, venho |
rr (usado unicamente entre vogais) | barro, birra, burro |
ss (usado unicamente entre vogais) | assunto, assento, isso |
sc | ascensão, descendente |
sç | nasço, cresça |
xc | exceção, excesso |
gu | guelra, águia |
qu | questão, quilo |
O que significa é: gu e qu nem sempre representam dígrafos. Isso ocorre apenas quando, seguidos de e ou i, representam os fonemas /g/ e /k/: guerra, quilo. Nesses casos, a letra u não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o u representa uma semivogal ou uma vogal: aguentar1, linguiça1, frequente1, tranquilo1, averigúe, argúi - o que significa que gu e qu não são dígrafos. Também não há dígrafo quando são seguidos de a ou o: quando, aquoso, averiguo.
No Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que já está valendo desde de 1° de Janeiro de 2009, não mais existirá o trema, mas não mudará de maneira alguma a pronuncia de gu e qu.
Dígrafos vocálicos
Quando m e n aparecem no final da sílaba.
Dígrafo | Exemplos |
am/an | campo, sangue |
em/en | sempre, tento |
im/in | limpo, tingir |
om/on | rombo, tonto |
um/un | bumbo, sunga |
LETRA A
ATRAVÉS – PROBLEMAS – CRATERAS – CABLOCOS
Neste item, temos, na verdade, ENCONTROS CONSONANTAIS PERFEITOS, pois os fonemas consonantais fazem parte de uma mesma sílaba. Veja em destaque.
LETRA B
TERNURA – CASPA – RESULTADO – ÊXTASE
Aqui, já temos ENCONTROS CONSONANTAIS IMPERFEITOS, pois os fonemas consonantais estão em sílabas diferentes.
LETRA C – item a marcar
FARRISTA – AQUECIDO – EXCETO – MILHARAL
Agora temos, de fato, verdadeiros DÍGRAFOS CONSONANTAIS. Veja em destaque.
LETRA D
TAMPAS – VENTANIA – SINTOMA – FUNDAÇÃO
Neste item, temos DÍGRAFOS VOCÁLICOS, pois as duas letras destacadas, na verdade, têm um único som, isto é, representam um único fonema, no caso, VOCÁLICO.
LETRA E
HÁLITO – HÉLICE – HINO – HUMILDE
Neste caso, não temos nada! Hahaha! Nem dígrafo nem encontro consonantal!
Questão 2
“Senhoras e senhores, chamo ao palco neste momento o Professor Doutor Simão Bacamarte, ilustre Paraninfo das turmas concluintes do Ensino Médio de nosso querido Colégio”.
A função textual das duas vírgulas dessa frase é separar, respectivamente,
A) o sujeito e o predicativo.
B) os substantivos e os adjetivos.
C) o vocativo e o aposto.
D) o verbo e o nome.
E) o acessório e o enfático.
COMENTÁRIOS
A questão aborda o correto emprego da vírgula no contexto apresentado.
Bem, neste segmento, as vírgulas estão empregadas respectivamente para separar VOCATIVO e APOSTO, sem dúvida alguma!
VOCATIVO = é um chamamento; pessoa a quem nos dirigimos a palavra. Derivado do verbo
EVOCAR, que significa, naturalmente, CHAMAR.
APOSTO = palavra ou expressão de natureza substantiva que serve para explicar um termo anterior a ele.
Agora, leia atentamente o enunciado da questão e marque o ITEM C.
Questão 3
Após a partida, o jogador confirmou na entrevista coletiva que ia abandonar o futebol, mas disse também que estava muito triste por se despedir de sua carreira de maneira tão melancólica.
O redator dessa notícia transmitiu, com suas próprias palavras, a essência do depoimento do jogador, o que é uma técnica redacional chamada de
A) referência livre.
B) discurso indireto.
C) ponto de vista.
D) discurso direto.
E) ponto de referência.
COMENTARIOS
O enunciador / narrador / autor, para estruturar seu enunciado, utiliza-se de três tipos de discurso:
a) DISCURSO DIRETO;
b) DISCURSO INDIRETO;
c) DISCURSO INDIRETO LIVRE;
Vejamos em breves palavras, sem aprofundamento. Isso porque são pouquíssimos os concursos públicos que exigem tal conhecimento do candidato.
a) DISCURSO DIRETO: o enunciador / narrador / autor permite “voz” à personagem, deixa-a expressar-se por si mesma, limitando-se a reproduzir-lhe as palavras como ela as teria efetivamente selecionado, organizado e emitido.
Veja:
Virgília replicou:
--- Promete que algum dia me fará baronesa?
b) DISCURSO INDIRETO:
Vejamos este exemplo:
José dias deixou-se estar calado, suspirou e acabou confessando que não era médico.
Ao contrário do que observamos no enunciado em discurso direto, o narrador (Machado de Assis) incorpora, aqui, ao seu próprio falar, uma informação da personagem (José Dias), contentando-se em transmitir ao leitor apenas o seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma lingüística que teria sido realmente empregada.
Esse processo de reproduzir enunciados chama-se DISCURSO INDIRETO, isto é, o enunciador / narrador / autor NÃO permite “voz” à personagem.
DETALHE IMPORTANTE: o discurso INDIRETO é marcado por ORAÇÃO SUBSTANTIVA, isto é, aquela que pode ser trocada pelo pronome ISTO.
Exemplo:
ELE DISSE QUE VOLTARIA EM BREVE.
A oração destacada é SUBSTANTIVA, porque pode ser trocada pelo ISTO.
Veja:
“ELE DISSE ISTO”.
c) DISCURSO INDIRETO LIVRE: “mistura de vozes”.
É a forma de expressão que, em vez de apresentar a personagem em sua voz própria (DISCURSO DIRETO), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ela teria dito (DISCURSO INDIRETO), aproxima narrador e personagem dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono.
Veja:
João Fanhoso fechou os olhos, mal-humorado. A sola dos pés doía. Calo miserável! (M. Palmério, VC, 99)
APÓS ESTA EXPLICAÇÃO
QUANTO À QUESTÃO, temos no fragmento um caso de DISCURSO INDIRETO.
Leia as passagens em negrito:
Após a partida, o jogador confirmou na entrevista coletiva que ia abandonar o futebol, mas disse também que estava muito triste por se despedir de sua carreira de maneira tão melancólica.
ITEM B
Questão 4
Para esse trabalho, você precisará utilizar uma caneta, uma prancheta e um bloco de papel em que fará as anotações diárias. Todo esse material será fornecido pela empresa contratante.
A informação acima usa o hiperônimo “material” para
A) englobar os hipônimos “caneta”, “prancheta” e “bloco de papel”.
B) substituir os sinônimos “caneta”, “prancheta” e “bloco de papel”.
C) evitar a ambiguidade de “caneta”, “prancheta” e “bloco de papel”.
D) desfazer a polissemia de “caneta”, “prancheta” e “bloco de papel”.
E) ampliar a conotatividade de “caneta”, “prancheta” e “bloco de papel”.
COMENTÁRIOS
Tanto a HIPERONÍMIA como a HIPONÍMIA são um dos fatores responsáveis por COESÃO TEXTUAL.
Veja:
“Minha colega teve uma súbita dor no peito. O chefe pediu que eu fosse com ela ao cardiologista. Após examiná-la, o médico disse que não se tratava de nada grave. As dores eram provocadas por gases”.
Perceba que o substantivo MÉDICO refere-se a CARDIOLOGISTA. Então, neste caso, a coesão textual se deu com a utilização de um lexema (palavra), e não um pronome. Chama-se COESÃO LEXICAL, por HIPERÔNIMO ou HIPÔNIMO.
Em outras palavras, CARDIOLOGISTA e MÉDICO são palavras do mesmo campo semântico, compartilham traços significativos. “Cardiologista” está no grupo de “médico”, assim com “gato” está no grupo do “felino”.
Sendo assim, “cardiologista” é a palavra de sentido mais específico em relação a “médico”, este mais geral. Respectivamente, o primeiro é um HIPÔNIMO e o último, HIPERÔNIMO.
Veja outros casos:
HIPERÔNIMO (MAIS GERAL) – HIPÔNIMO (MAIS ESPECÍFICO)
Felino – gato
Boi – mamífero
Médico – cardiologista
Móvel – sofá
QUANTO À QUESTÃO, material engloba, tem como “ingredientes” caneta, prancheta e bloco de papel.
HIPERÔNIMO – HIPÔNIMO
material – caneta, prancheta e bloco de papel.
Questão 5
Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe, sonho meu.
Vai mostrar essa saudade, sonho meu
Com a sua liberdade, sonho meu
No meu céu a estrela-guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia, sonho meu.
A letra de Dona Ivone Lara emprega o pronome possessivo à direita do substantivo “sonho” com o objetivo de
A) criar um efeito estilístico original no português.
B) designar um hábito polissêmico de colocação.
C) indicar uma aproximação individual pejorativa.
D) dar ênfase ao pronome no sintagma “sonho meu”.
E) acentuar um sentimento de polidez e deferência.
COMENTÁRIOS
No geral, os pronomes possessivos ficam ao esquerdo do substantivo, isto é, antecedem-no. Nada nos impede, porém, de colocarmo-los à direita do nome. Nesse caso, o pronome enfatiza o grupo nominal.
Veja:
Ex: Isso é problema meu.
LETRA D
Questão 6
Olhar colírico
Lírios plásticos do campo e do contracampo
Telástico cinemascope
Teu sorriso tudo isso
Tudo ido e lido e lindo e vindo do vivido
Na minha adolescidade
Idade de pedra e paz
Caetano Veloso e Rogério Duprat compuseram em 1969 “Acrilírico”, uma experiência de instrumentos, sons urbanos e palavras sonoras, algumas delas inventadas pelos compositores, que utilizaram os recursos morfológicos da língua para produzir
A) derivações prefixais.
B) neologismos lexicais.
C) substantivos paradoxais.
D) alterações flexionais.
E) arcaísmos desconexos.
COMENTÁRIOS
NEOLOGISMO diz respeito à palavra ou expressão nova numa língua, como, por exemplo, dolarizar, dolarização, valerioduto, mensalão, apagão, entre outros. Em nosso texto, percebemos novas palavras criadas como colírico, contracampo, telástico, cinemascope e adolescidade.
LETRA B
Questão 7
Qual das frases abaixo serve para mostrar que o uso inadequado dos elementos gramaticais de coesão pode provocar incoerências no texto?
A) O almoço já estava na mesa, mas as cozinheiras estavam começando a cozinhar a comida.
B) Duas alunas não conseguiram chegar a tempo para a festa porque não havia festa naquele dia.
C) Quando fura o pneu de uma bicicleta, o motorista precisa ir a um borracheiro.
D) Meu amor, tudo em volta está deserto, tudo certo como dois e dois são cinco.
E) A falta que te falta também eu sinto, mas sinto que me falta a falta que sinto de ti.
COMENTÁRIOS
O GABARITO OFICIAL apontou a alternativa A.
a) O almoço já estava na mesa, mas as cozinheiras estavam começando a cozinhar a comida.
Ora, como o almoço poderia já estar na mesa, se as cozinheiras estavam COMEÇANDO a cozinhar a comida?
Porém, a letra B é mal elaborada.
b) Duas alunas não conseguiram chegar a tempo para a festa / porque não havia festa naquele dia.
Ora, SE não havia festa, como as duas alunas ainda se atrasaram?
Questão 8
Popeye, o marinheiro movido a espinafre, que gera US$ 2,17 bilhões anuais em vendas, promete neste ano virar personagem de batalhas judiciais pelo mundo. Os direitos autorais dos desenhos originais expiraram no dia 1º de janeiro de 2009, entrando em domínio público de acordo com a lei da União Européia, que restringe o uso das imagens até 70 anos após a morte do autor. Isso significa que, agora, qualquer um pode imprimir e vender pôsteres, camisetas e adesivos com a imagem do Popeye e mesmo utilizar sua imagem em novos quadrinhos, sem a necessidade de pedir autorização ou pagar royalties.
O último período da notícia se inicia com o demonstrativo “isso”, que estabelece um vínculo de coesão no texto porque faz referência à
A) restrição ao uso das imagens até 70 anos após a morte do autor.
B) geração de US$ 2,17 bilhões anuais em vendas.
C) permissão para que qualquer um imprima o que quiser.
D) possibilidade de haver batalhas judiciais pelo mundo.
E) entrada dos direitos autorais em domínio público.
COMENTÁRIOS
O pronome é a classe marcada pela DÊIXIS, isto é, palavra cujos referentes se dão no momento em que o contexto é produzido. Vejamos, agora, o contexto:
Os direitos autorais dos desenhos originais expiraram no dia 1º de janeiro de 2009, entrando em domínio público de acordo com a lei da União Européia, que restringe o uso das imagens até 70 anos após a morte do autor. Isso significa que, agora, qualquer um pode imprimir e vender pôsteres, camisetas e adesivos com a imagem do Popeye...
É por esta razão que qualquer um pode imprimir e vender pôsteres, camisetas e adesivos com a imagem do Popeye...porque os direitos autorais entraram em domínio público.
LETRA E
Questão 9
Rio, podem dizer o que quiser,
Mas o xodó do povo é o Rio.
Casa do samba e do amor, do Redentor,
Louvado seja o Rio.
Sobre os versos iniciais da canção “Delírio dos Mortais”, de Djavan, é correto afirmar que a concordância verbal do trecho “podem dizer o que quiser” é
A) facultativa: pode-se considerar que o sujeito desses verbos está oculto.
B) ideológica: prevalece a idéia genérica e não identificada do sujeito.
C) rígida: admite-se que o sujeito indeterminado leve o verbo à 3a pessoa.
D) estilística: integra o individual no coletivo com a mistura de tratamento.
E) viciosa: deveria ser corrigida para “podem dizer o que quiserem”.
COMENTÁRIOS
Há um erro quanto à flexão verbal.
Rio, podem dizer o que quiser,
Fazendo uma inversão da frase, temos:
Rio, o que QUISEREM PODEM dizer...
Sujeito INDETERMINADO em ambos os verbos.
LETRA E
Questão 10
Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos. João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse. (Machado de Assis: “Crônica sobre a morte do escravo João”, 1897)
Os tempos verbais empregados na crônica são, em sua maioria, do pretérito perfeito. Sua finalidade no texto é transmitir a idéia de ações
A) habituais.
B) concluídas.
C) contínuas.
D) permanentes.
E) hipotéticas.
COMENTÁRIOS
No Português, temos três tipos de passado (pretérito):
1. Pretérito Perfeito;
2. Pretérito Imperfeito;
3. Pretérito mais que perfeito;
1. PRETÉRIO PERFEITO: exprime idéia de ação acabada, sem repetição, não durativa e não freqüente.
Ex: Jantei duas torradas.
2. PRETÉRITO IMPERFEITO: exprime idéia repetida no tempo, ação inacabada, repetida e freqüente.
Ex: À noite, conversávamos até pegar no sono.
3. PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO: exprime uma ação que se deu no passado anterior a uma outra também no passado.
Ex: Quando o professor entrou, o aluno já saíra (havia saído) de sala.
QUANTO À QUESTÃO, temos ações concluídas, acabadas.
LETRA B
Questão 11
As opiniões pessoais expressam apreciações, pontos de vista, julgamento, que representam por parte de quem fala sua aprovação ou desaprovação. Mas as opiniões precisam vir apoiadas em fatos para que ganhem credibilidade.
A alternativa que mostra um trecho argumentativo que serve como exemplo para o que foi dito acima é a seguinte:
A) O período
B) Foi na primeira semana de maio que o jogador brasileiro conhecido como Juca Tatu se transferiu para o futebol da China, a fim de integrar a equipe mais popular da cidade de Xangai, o Shenzhen, cujo treinador é o paulista Marcos Falopa.
C) Além, muito além daquela lagoa, que ainda reflete os últimos raios do pôr-do-sol, nasceu Limogino, o cabra da peixeira arretada, que tinha os olhos mais vesgos que eu já vi, e mais remelentos que folha de jacutinga largada no brejo durante a seca.
D) Isaltina namorou-me durante doze dias e quatro maços de cigarro mata-rato e vivia falando mal do meu pai só porque o velho era rabugento e passava as tardes enchendo a paciência dizendo que nosso caso excedia as raias de um impulso infanto-juvenil.
E) Para saber se o texto é figurativo, observe se as imagens têm uma organização imprecisa e se há um grupo delas se referindo à escultura e outro representando a produção intelectual baiana do início do século XX, época em que faltava mão-de-obra na praça.
COMENTÁRIOS
Leia bem o enunciado:
“(...) Mas as opiniões precisam vir apoiadas em fatos para que ganhem credibilidade”.
Vejamos a letra A.
O período
O marcador lógico-argumentativo (sublinhado) de causa, explicação, razão está bem empregado. A oração introduzida por ele mantém diálogo com a anterior, estabelecendo, assim, causa, explicação. A defesa de seus argumentos se dá na oração introduzida por esse elemento coesivo. Perceba os argumentos defendidos pelo autor ao fato de Juvenal Antena ter sido benéfico para a comunidade:
1° - Ele (Juvenal Antena) captou recursos para obras de saneamento;
2° - (Juvenal Antena) Construiu um posto de saúde;
3° - (Juvenal Antena) Combateu o tráfico de drogas na Portelinha;
LETRA A
Questão 12
Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. (Carlos Drummond de Andrade: “Hoje não escrevo”, 1974)
O vocabulário usado pelo cronista inclui várias palavras derivadas. Algumas delas contêm sufixos,, como comprova a seguinte alternativa, que transcreve apenas palavras formadas por derivação sufixal:
A) indiferença, dádivas, maquininha, reflexos.
B) conjugação, velocidade, claridade, marginália.
C) realidade, teclado, dicionário, reunindo.
D) você, também, reduzir, natureza.
E) impede, inclusive, infiel, igual.
COMENTÁRIOS
DERIVAÇÃO é o processo responsável pela formação de palavras. DERIVAÇÃO SUFIXAL forma palavras a partir de um morfema que se liga posterior ao radical / à raiz. Assim, formamos palavras como:
LIVREIRO
LIVRARIA
DENTUÇO
DENTISTA
O item em que só há palavras formadas por esse processo é B.
LETRA B
CONJUGAÇÃO = CONJUGAR + ÇÃO
VELOCIDADE = VELOZ + IDADE
CLARIDADE = CLARO + IDADE
MARGINÁLIA = MARGIN + AL + IA
Questão 13
Chama-se adequação sintática a construção coerente de períodos e orações, observadas as relações existentes entre seus termos e a sua organização. Qual o parágrafo dentre os abaixo transcritos que preserva o princípio do paralelismo sintático, segundo o qual quaisquer elementos da frase coordenados entre si devem apresentar estrutura gramatical similar?
A) Aqui não pretendemos defender a idéia de mais intervenção do Estado na economia ou que ele volte a produzir aço em grande quantidade.
B) Aqui não pretendemos defender a idéia de que o Estado intervenha mais na economia ou a volta de uma produção de aço em grande quantidade.
C) Aqui não pretendemos defender a idéia de que o Estado intervenha mais na economia ou que volte a produzir aço em grande quantidade.
D) Aqui não pretendemos defender a idéia de que a intervenção do Estado deva ser maior na economia ou uma produção de aço voltando a ter quantidade.
E) Aqui não pretendemos defender a idéia de um Estado intervindo mais na economia ou que ele volte à produção de aço em grande quantidade.
COMENTÁRIOS
Paralelismo sintático diz respeito a termos coordenados entre si que apresentam não só mesma estrutura formal quanto sintática, isto é, forma e função similares.
Ex: Contratei um funcionário experiente e que se esforça muito.
Os termos coordenados têm a mesma função sintática, porém não a mesma forma.
Perceba que, enquanto INEXPERIENTE é um nome, QUE SE ESFORÇA MUITO é uma oração, ambos referentes a FUNCIONÁRIO.
Sendo assim, não há, nesse caso, PARALELISMO SINTÁTICO.
Uma solução:
Ex: Contratei um funcionário experiente e muito esforçado.
QUANTO À QUESTÃO, temos construções possíveis (PERCEBA A MARCA DA COORDENAÇÃO SUBLINHADA:
1. Aqui não pretendemos defender a idéia de um Estado INTERVINDO mais na economia ou VOLTANDO à produção de aço em grande quantidade.
- PARALELISMO DE FORMAS GERUNDIAIS;
2. Aqui não pretendemos defender a idéia de que um Estado INTERVENHA mais na economia ou (de que) VOLTE a produzir aço em grande quantidade.
- PARALELISMO DE FORMAS FINITAS (PRESENTE DO SUBJUNTIVO);
3. Aqui não pretendemos defender a idéia de um Estado INTERVIR mais na economia ou VOLTAR a produzir aço em grande quantidade.
- PARALELISMO DE FORMAS INFINITAS;
4. Aqui não pretendemos defender a idéia de mais INTERVENÇÃO do Estado na economia ou a VOLTA da produção de aço em grande quantidade.
- PARALELIMO DE FORMAS NOMINAIS;
LETRA C
Questão 14
Tendo começado quase ao mesmo tempo a vida de escritor e a de professor, bem se pode imaginar quanto me vi às voltas com as regras ditadas durante todos aqueles anos por filólogos e gramáticos. De modo geral, faço justiça a eles, reconhecendo que os bons são indispensáveis: é necessário que alguém coloque alguma ordem no modo de um Povo falar escrever seu idioma. (Ariano Suassuna: “Receita para Escrever Nomes Próprios”, 2000)
Assim como está adequado o emprego do acento de crase no sintagma "às voltas", também está correto esse uso do acento em:
A) Peço encarecidamente à V.Exa a transferência desse indivíduo.
B) Os vales-refeição serão distribuídos à partir de amanhã à tarde.
C) Encomendei um sanduíche à metro e comprei comida à quilo.
D) À meia-noite, assistimos pela tevê à chegada do Ano Novo.
E) Saíram às escondidas e foram à pé até à esquina pegar um táxi.
COMENTÁRIOS
LETRA A
Não ocorre CRASE diante de PRONOMES de TRATAMENTO.
LETRA B
A locução A PARTIR DE não admite CRASE.
LETRA C
“Metro” é palavra masculina assim como “quilo”. Portanto, elimine os acentos.
LETRA D – ITEM CORRETO
À meia-noite = durante a meia noite;
...assistimos (exige preposição A) pela tv à chegada (substantivo feminino) ...
LETRA E
A palavra PÉ é masculina, logo não ocorrerá nunca CRASE.
Questão 15
Todo o nosso comportamento social está regulado por normas a que devemos obedecer, se quisermos ser corretos. O mesmo acontece com a linguagem, apenas com a diferença de que as suas normas, de um modo geral, são mais complexas e coercitivas.
Por isso, e para simplificar as coisas, define-se o “linguisticamente correto” como aquilo que é exigido pela comunidade lingüística a que se pertence. (Celso Cunha: “A Noção de Correto”, 1985)
Qual das frases abaixo, embora consagrada pelo uso na imprensa de prestígio, ainda é apontada como um desvio em relação às normas da língua padrão?
A) Custa-me crer que tudo isso ainda seja proibido na sociedade brasileira contemporânea.
B) Quinze por cento da população gaúcha declararam que seus momentos de lazer diminuíram.
C) A maior parte daqueles bairros não tinham nenhuma estrutura para suportar as enchentes.
D) Assim que elas intervieram, a dúvida foi sanada e todos ficamos satisfeitos e felizes.
E) O público feminino preferia mais a punição da vilâ do que a vingança da heroína.
COMENTÁRIOS
Quanto à linguagem formal do português, o verbo PREFERIR é construído com a preposição A. Isto é, quem PREFERE PREFERE algo A outra coisa.
Portanto, construções como
Prefiro futebol do que / que basquete.
Prefiro mais futebol do que / que basquete.
Prefiro mil vezes futebol do que / que basquete.
Prefiro antes futebol do que / que basquete.
são consideradas incorretas, quanto ao uso da linguagem formal.
A construção é simples
Prefiro futebol A basquete.
Sendo assim, na letra E está INCORRETA.
O público feminino preferia mais a punição da vilâ do que a vingança da heroína.
LETRA E
Questão 16
A única opção cujas palavras precisam receber acento gráfico por serem todas proparoxítonas é
A) batavo – bavaro – perito – misantropo.
B) arquetipo – mequetrefe – filantropo – acrobata.
C) rubrica – crisantemo – hieroglifo – ibero.
D) omega – interim – zenite – improbo.
E) azafama – algaravia – pudico – levedo.
COMENTÁRIOS
LETRA A
BATAVO – BÁVARO – PERITO - MISANTROPO
LETRA B
ARQUÉTIPO – MAQUETREFE – FILANTROPO – ACROBATA (ou ACRÓBATA)
LETRA C
RUBRICA – CRISÂNTEMO – HIERÓGLIFO (ou HIEROGLIFO) – IBERO
LETRA D – ITEM A MARCAR
ÔMEGA – ÍNTERIM – ZÊNITE - ÍMPROBO
LETRA E
AZÁFAMA – ALGARAVIA – PUDICO – LÊVEDO
Ficaremos por aqui, então.
Espero que todos tenham entendido a breve explicação.
Lembre-se: reclamações, sugestões e elogios são sempre bem-vindos!
Abraço.
Prof. Hugo Magalhães